quinta-feira, 9 de maio de 2013

Tartarugas marinhas (Caretta caretta) arrojam na Praia de Porto Pim e recuperam no Aquário de Porto Pim


No dia 13 de Abril arrojaram na Praia de Porto Pim, 2 tartarugas marinhas, da espécie Caretta caretta, devido às más condições do mar. A que apresentava maiores dimensões, com cerca de 20 kg, mas de estado francamente débil, foi imediatamente transferida para o antigo DOP onde recebeu os devidos cuidados pela equipa (que cuida dos casos das tartarugas), Ana Besugo (estudante de mestrado no IMAR-DOP/UAç) e Marco Santos (DRAM). Foi necessário colocar a tartaruga num plano inclinado durante várias horas de forma a facilitar a excreção de água que possivelmente esta teria nos pulmões (Fig. 1). 

Fig.1 - tartaruga colocada num plano inclinado.

A outra tartaruga, muito mais pequena (com 116 gr), foi-lhe retirada todas as medidas necessárias para estudos futuros (Fig. 2). 

Fig. 2 - tartaruga a ser medida.

No final desse dia, ambas foram transferidas para os tanques do Aquário de Porto Pim para poderem recuperar o seu estado de saúde, até serem novamente libertadas ao mar.

No dia seguinte, e novamente devido às más condições do mar, dá à costa, também em Porto Pim outra pequena tartaruga da espécie Caretta carreta. Esta com cerca de 80 gr e bastante debilitada foi imediatamente transportada para junto das outras tartarugas no Aquário de Porto Pim (Fig. 3). 

Fig. 3 - as duas pequenas tartarugas a recuperar no Aquário de Porto Pim. 

Infelizmente, a maior das 3 tartarugas não sobreviveu à primeira noite nos tanques, tendo sido congelada para em breve ser necropsiada. As outras duas pequenas tartarugas mantiveram-se nos tanques durante cerca de 3 semanas a serem alimentadas (Fig. 4) e monitorizadas diariamente pela equipa da Flying Sharks (Telmo Morato, Rui Guedes, Luís Silva, António Godinho e Nelson Campino).


Fig. 4 - pequena tartaruga a alimentar-se de águas vivas e caravelas-portuguesas, o seu alimento preferido.

A 7 de Maio, foram finalmente devolvidas ao seu habitat natural as duas pequenas tartarugas, depois de tanto se esperar que as condições do mar estabilizassem para a sua libertação. Ambas as tartaruguinhas encontravam-se em perfeitas condições de saúde e bastante robustas, sendo que a primeira de 116 gr iniciais, registava agora 128 gr e a segunda de 80 gr registou 106 gr. Este aumento de massa deveu-se à rica dieta (águas vivas, caravelas-portuguesas e até filetes de peixe) a que estes animais foram submetidos durante o tempo que permaneceram nos tanques.

A missão de salvar estes animais não teria tido o sucesso que teve sem a colaboração valiosa das várias instituições intervenientes, IMAR-DOP/UAç, Flying Sharks e DRAM, por isso um muito obrigado a todos os que participaram nela. 

Ana Besugo