Tartarugas marinhas (Caretta caretta) arrojam na Praia de Porto Pim e recuperam no Aquário de Porto Pim
No dia 13 de Abril arrojaram na Praia de Porto Pim, 2
tartarugas marinhas, da espécie Caretta
caretta, devido às más condições do mar. A que apresentava maiores
dimensões, com cerca de 20 kg, mas de estado francamente débil, foi
imediatamente transferida para o antigo DOP onde recebeu os devidos cuidados
pela equipa (que cuida dos casos das tartarugas), Ana Besugo (estudante de
mestrado no IMAR-DOP/UAç) e Marco Santos (DRAM). Foi necessário colocar a tartaruga
num plano inclinado durante várias horas de forma a facilitar a excreção de
água que possivelmente esta teria nos pulmões (Fig. 1).
Fig.1 - tartaruga colocada num plano inclinado.
A outra tartaruga, muito mais
pequena (com 116 gr), foi-lhe retirada todas as medidas necessárias para
estudos futuros (Fig. 2).
Fig. 2 - tartaruga a ser medida.
No final desse dia, ambas foram transferidas para os tanques do
Aquário de Porto Pim para poderem recuperar o seu estado de saúde, até serem
novamente libertadas ao mar.
No dia seguinte, e novamente devido às más condições do mar,
dá à costa, também em Porto Pim outra pequena tartaruga da espécie Caretta carreta. Esta com cerca de 80 gr
e bastante debilitada foi imediatamente transportada para junto das outras
tartarugas no Aquário de Porto Pim (Fig. 3).
Fig. 3 - as duas pequenas tartarugas a recuperar no Aquário de Porto Pim.
Infelizmente, a maior das 3 tartarugas não
sobreviveu à primeira noite nos tanques, tendo sido congelada para em breve ser
necropsiada. As outras duas pequenas tartarugas mantiveram-se nos tanques
durante cerca de 3 semanas a serem alimentadas (Fig. 4) e monitorizadas diariamente pela
equipa da Flying Sharks (Telmo Morato, Rui Guedes, Luís Silva, António Godinho
e Nelson Campino).
Fig. 4 - pequena tartaruga a alimentar-se de águas vivas e caravelas-portuguesas, o seu alimento preferido.
A 7 de Maio, foram finalmente devolvidas ao seu habitat
natural as duas pequenas tartarugas, depois de tanto se esperar que as
condições do mar estabilizassem para a sua libertação. Ambas as tartaruguinhas
encontravam-se em perfeitas condições de saúde e bastante robustas, sendo que a
primeira de 116 gr iniciais, registava agora 128 gr e a segunda de 80 gr
registou 106 gr. Este aumento de massa deveu-se à rica dieta (águas vivas,
caravelas-portuguesas e até filetes de peixe) a que estes animais foram submetidos
durante o tempo que permaneceram nos tanques.
A missão de salvar estes animais não teria tido o sucesso que
teve sem a colaboração valiosa das várias instituições intervenientes, IMAR-DOP/UAç,
Flying Sharks e DRAM, por isso um muito obrigado a todos os que participaram
nela.
Ana Besugo